"A organização do trabalho que hoje se dá na forma de ambientes estruturados, tem sido o procedimento mais característico e dominante no contexto social contemporâneo.
Com a estruturação do trabalho nas atuais organizações, impulsionada pelo impacto da tecnologia, observa-se também o desenvolvimento de um aprofundamento do aspecto humano. A participação do indivíduo na realização do trabalho é reconhecida como crucial na busca de maiores índices de produtividade.
Confirma tal reflexão Lucena (1990), quando diz:"
....Em sua essência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é processado por pessoas e o produto de seu trabalho destina-se às pessoas. As máquinas por mais sofisticadas que sejam são ferramentas do homem no trabalho"(p.52).
Porém, mesmo tendo-se uma consciência apurada de tal importância, existe um grande paradoxo a ser enfrentado: as áreas especializadas em comportamento humano elaboraram suas teorias e metodologias em paralelo com a organização do trabalho e, no entanto, não analisaram totalmente a organização do trabalho, concentraram-se sobretudo no trabalhador em si, de uma forma isolada.
São duas as variáveis que estão influenciando as bases da organização do trabalho:"...a complexidade e a natureza mutativa dos ambientes externo e interno e a tecnologia.
"Ambas estão exigindo uma visão cada vez mais global e integrada da realidade do trabalho e criando campos de ação que levarão, inevitavelmente, ao reexame das relações entre o trabalho, o trabalhador e a produtividade".
É neste espaço que surge a ergonomia. Ergonomia é na definição de Weerdmeester (1993),".....aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho. No projeto do trabalho e nas situações cotidianas, a ergonomia focaliza o homem. As condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas quando adequadas às capacidades e limitações físicas (...).
Associam-se com as questões próprias da Ergonomia, questões mais amplas, englobadas no conceito de Qualidade de Vida no Trabalho. "
Este artigo foi publicado pela: Revista da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 3, n. 3, p.45-62, 1998. BLATTMANN, Ursula, BORGES, Ilma. Ergonomia em biblioteca: avaliação prática. Revista da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.3, n.3, p. 45-62, 1998. Copyright © 1998 Ursula Blattmann ursula@ced.ufsc.br Ilma Borges Disponibilizada na WWW em 02/06/2000 por Ursula Blattmann